


Entrevista!
Seu Luís, querido garçom do Bar Léo, contou um pouco do que acontece no bar desde 1962, além de comentar sobre os tradicionais canapés da casa
Seu Luís, garçom com mais tempo de atividade em São Paulo, dedicou 51 anos de sua vida ao Bar Léo. Ele afirma que, desde que se tornou funcionário do bar em 1962, nunca mudou a receita de nenhum canapé. O Hachapeter, por exemplo, é um canapé que nasce sendo moído na própria cozinha do Bar Léo, feito de carne crua fresca , sem gordura e de origens claramente alemãs. “Alguns clientes preferem não provar a carne crua, mas aqui no bar quem experimenta aprende a gostar”, conta Seu Luís sentado em sua mesa predileta do Bar Léo e aos seus 91 anos de idade.
Outro canapé querido por ele é o Rococó, prato muito famoso no Bairro Municipal durante os anos 50. Seu Luís oferecia a combinação de pasta de queijo gorgonzola, copa, mostarda e pão preto aos seus clientes mais selecionados. “Eu deixava todas as mesas do bar ocupadas com copos e ficava na porta escolhendo quem poderia entrar. Quando encontrava alguém importante e bem vestido, logo tratava de vagar uma mesa”, conta seu Luís. Naquela época, o proprietário do bar era um alemão rigoroso que preferia selecionar sua freguesia para manter a reputação do local. Ele não deixava que homens de camisa com mangas curtas freqüentassem o bar, tampouco mulheres desacompanhadas. “Aqui a gente nem tinha banheiro feminino”, completa o garçom.
Para finalizar, Seu Luís conta que os canapés são a especialidade da casa e que é imprescindível manter o padrão de qualidade dos pratos para sempre. “Eu gosto de trabalhar em bar, servir coisas boas para os meus clientes e Chopp de qualidade”, afirma. Sempre que algum cliente solicita uma bebida destilada, Seu Lís faz questão de alertá-lo para o consumo de apenas uma dose, ou no máximo duas. Ele entende a importância da moderação e salienta “O cigarro me fazia mal, então eu parei. Nunca fui de beber muito, mas Chopp eu gosto. Um Chopp não faz mal a ninguém”.